“Macaco”: escola particular do DF denuncia racismo em jogo de futsal

Episódio de racismo teria ocorrido durante torneio de futsal, envolvendo alunos de duas escolas particulares da Asa Sul, em 3 de abril

“Macaco”: escola particular do DF denuncia racismo em jogo de futsal

A Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, localizada na Quadra 906 da Asa Sul, publicou uma nota de repúdio na qual relata um crime de racismo sofrido pelos estudantes da instituição durante uma partida de futsal contra um time de alunos do Colégio Galois. As ofensas teriam ocorrido em 3 de abril, no ginásio da unidade localizada na Quadra 601, durante o torneio Liga das Escolas.

Por meio de nota, a diretora da escola que denunciou o ocorrido afirmou que os alunos-atletas foram vítimas de preconceito social e injúria racial.

“Na ocasião, os alunos do Colégio Galois proferiram diversas palavras ofensivas aos alunos da Escola Fátima, tais como ‘macaco’, ‘filho de empregada’, ‘pobrinho’, tornando o ambiente inóspito e deixando nossos alunos abalados”, denuncia a direção.

De acordo com a escola Nossa Senhora de Fátima, apesar da presença de diversos responsáveis no local, nenhuma providência efetiva e adequada foi adotada pelos funcionários do Galois, que sediou o jogo.

“Importante destacar que os alunos agressores encontravam-se, em sua maioria, uniformizados, ou seja, estavam sob guarda e responsabilidade do Colégio Galois que, neste caso, mostrou-se conivente com a situação humilhante e vexatória vivida pelos alunos da Escola Fátima”, frisa.

Ainda, segundo a denúncia, a falta de intervenção eficaz por parte dos responsáveis do Galois e dos juízes da partida, durante o “incidente”, é “igualmente preocupante”.

Nesse sentido, a instituição que denunciou o racismo solicitou que a direção do outro colégio tome medidas imediatas para que fatos como esse não voltem a se repetir, por meio de ações educativas preventivas ao preconceito racial e social, bem como que identifique os responsáveis pelos ataques, com aplicação de medidas disciplinares e educativas.

“Outrossim, cumpre destacar que os fatos aqui narrados serão remetidos à coordenação da Ligas das Escolas, bem como à delegacia de competência”, finalizou a direção da escola particular.

Investigação interna

Em resposta à nota de repúdio divulgada pela Escola Fátima, o diretor pedagógico do Colégio Galois publicou um comunicado no qual informa que iniciaram uma investigação interna “rigorosa” para apurar as circunstâncias do episódio narrado.

“Estamos comprometidos a não apenas identificar os envolvidos, mas também a aplicar medidas disciplinares e ampliar, ainda mais, ações educativas necessárias pertinentes. Mais uma vez, reiteramos que supostos comportamentos não representam nossos valores e que repudiamos veementemente qualquer forma de discriminação”, ressaltou o colégio.

O colégio alegou que o fato denunciado requer também uma “intervenção imediata”. Além disso, afirmou estar à disposição, não apenas a colaborar com os supostamente envolvidos, mas também com a Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima e, se necessário, com eventuais autoridades, para desenvolver iniciativas conjuntas que possam beneficiar ambas as comunidades escolares.

“Solidarizamo-nos profundamente com os alunos e a comunidade da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima que se sentiram ofendidos e magoados. Entendemos que o ocorrido não só afetou esses alunos, mas também manchou o espírito de amizade e respeito que deve prevalecer em eventos educacionais e esportivos. Por isso, não somos, de forma alguma ser coniventes a qualquer tipo de ato discriminatório”, salientou.